Hoje visitei a exposição com os meus alunos do 11º ano.
A exposição remete-nos para uma viagem ao longo da evolução do pensamento sobre a origem das espécies.
Do pensamento fixista, a ideia de que todas as espécies são fixas e imutáveis, por serem fruto de uma criação Divina às primeiras ideias transformistas, que surgiram com Buffon. É possível ter contacto com o systema naturae de Lineu, bem como com alguns exemplares centenários do herbário do Museu de História Natural de Londres. Os alunos são confrontados com esta visão estática da origem das espécies e com a frase: «Deus criou, Lineu ordenou».
No final desta primeira sala surge Lamarck e posteriormente Darwin com os seus 18 anos. A partir daqui iniciamos a viagem que este jovem fez a bordo do Beagle. A exposição transporta-nos para diferentes ecossistemas, encontrando animais aquáticos, como as piranhas, ou animais terrestres, como o lagarto dragão ou as tartarugas. Espantem-se os mais cépticos, são animais verdadeiros!
Num enorme painel, os alunos descobriram as paragens que Darwin fez na sua viagem. A viagem que tinha por objectivo determinar os limites da América do Sul e Darwin que fora convidado para ser companhia, começou por rabiscar formulas e cálculos matemáticos, mas rapidamente a viagem se tornou, para ele, a recolha de elementos que permitissem catalogar as espécies, enviando cartas (pelos barcos) para várias personalidades científicas de então.
Darwin era fixista e foi ao longo da sua viagem que as evidências o foram afastando, cada vez mais das suas crenças. Foi nela que se deu o desenvolvimento embrionário das suas ideias evolucionistas e que só após mais de 20 anos de trabalho teria a coragem de revelar.
Os organizadores da exposição foram muito felizes na ideia de associar diferentes alicates aos diferentes bicos dos tentilhões.
Após a viagem surge um enorme conjunto de cartas e documentos que Darwin escreveu e a construção do seu mecanismo de evolução, estabelecendo leis naturais e incluindo a espécie humana em igualdade com as outras espécies. Saliento as anotações de Darwin sobre o casamento e um macaco que se encontra vestido com um pijama e que Darwin considerou ter comportamentos semelhantes aos seus filhos.
Por uma ponte passamos para o seculo XX e com isso a introdução dos dados da genética. O DNA é representado por uma escada, da qual sai um escorrega que acredito poder tratar-se do RNA mensageiro. Os alunos poderão observar, à lupa, uma forma mutante e outra selvagem do mosquito da fruta, um dos modelos animais em que mais se tem trabalhado no conhecimento da genética.
A exposição termina com a árvore filogenética do Homem, na qual toda a linha dos hominideos é retratada com crânios reais de cada umas das espécies. Os alunos podem, desse modo, estabelecer comparações, reconhecer características ancestrais, observar o aumento da capacidade da caixa craniana ou a redução dos maxilares.
A maior gratificação, além do enriquecimento pessoal, foi um aluno que no final da exposição me disse: Obrigado professora, por nos ter trazido! Um aluno a quem eu dei 11 no 1º Período!
Estou a pensar levar os alunos do Futuro nas férias da Páscoa!
Paula