segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Aparência...


Eis o texto da Cátia que tinha prometido partilhar convosco na semana passada.
Espero que gostem e que vos faça reflectir sobre a importância da aparência...
Sara Patinha
APARÊNCIA
Ontem vesti-me como uma senhora.
Umas calças de ganga, as sandálias pretas e aquele top, o que estava a guardar para o nosso primeiro encontro.
Tinha as unhas de vermelho e o cabelo esticado.
Os únicos vestígios de menina eram as duas pulseiras que tanto brilhavam nos meu pulso.
Cheguei a casa da minha avó e eles não me deram um beijo repenicado como de costume.
Não disse para eu ir ver TV para o sofá da sala, nem me foi levar rebuçados, gelado e biscoitinhos.
Em vez disso, a minha avó fez chá e torradas e conversou comigo sobre os seus problemas.
Saí e todos olharam para mim.
Passei pelos meus amigos.
Eles assobiaram e nem notaram que era eu.
Fui ao curso de Inglês.
Pela primeira vez, o professor ordenou-me mais vezes para falar, dizendo que o meu Inglês era bonito e os pensamentos correctos.
Cheguei a casa, vesti o meu pijama e fui deitar-me na cama. Debrucei-me sobre mim própria, dizendo:
«A aparência vale assim tanto? Amanhã vou vestir-me de Hippie
Cátia Braga
Dezembro de 2009

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Parabéns Sara




Apesar de estar no Futuro há apenas alguns meses a professora Sara é uma pessoa querida por todos os alunos do Futuro. Há um aspecto que a caracteriza e que a distingue da generalidade das pessoas com que tenho trabalhado, a qual gostaria de partilhar convosco: o sorriso e a frescura com que fala comigo, ou com os alunos, é a mesma às 10 da manhã ou às 7 da tarde. Penso que isto só é possível quando se gosta do que se faz.
Tem desenvolvido um trabalho excepcional: na proximidade aos alunos, na disponibilidade para os pais, na resolução dos problemas que vão surgindo.
Por tudo isto e por ser o dia do seu aniversário,
os meus sinceros Parabéns!

Paula

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Temos Escritora...!



Há umas semanas atrás, a Cátia (aluna do 8.º ano) trouxe-me uns textos da sua autoria para eu ler e dar a minha opinião sobre os mesmos. Enquanto lia os textos da nossa menina, ía ficando cada vez mais admirada e deslumbrada! Que óptima surpresa... a Cátia tem veia de artista para a escrita criativa!


Alguns dias mais tarde, perguntei-lhe se me deixava publicar alguns desses textos aqui no blog, ao que, de imediato, respondeu que sim!


Assim, hoje partilho convosco o poema da Cátia que mais me encantou, com a promessa de, na próxima semana, publicar outro texto muito interessante que, certamente, vos fará reflectir... Por favor, não deixem de o ler!
Sara Patinha
LÁGRIMAS SELVAGENS
As suaves lágrimas,
Que deslizavam pelo meu rosto,
Escorriam pela minha face,
Até os lábios lhe tomarem o gosto.
Uma delas, em especial,
Era diferente, era selvagem,
E ao sabor das asas do vento,
Formava uma pequena imagem.
Essa pequena imagem
Contava uma história,
Enrolando-se nas ondas do mar,
Aproveitando os momentos de glória.
E elas continuavam
A escorrer do meu olhar
E, ao passarem pela minha boca,
Mudavam-me o paladar.
Todas estas lágrimas
Estão carregadas de emoção,
E ao pensar bem nelas
Dói-me o coração.
Cátia Braga
Novembro de 2009








terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Protagonista da Semana: Ruben Martins




Na semana que passou (1 a 5 de Fevereiro), o Ruben conseguiu, finalmente, aquilo por que já ansiava há algum tempo: ser o Protagonista da Semana no Futuro Pensado.


Tal distinção deve-se ao esforço que fez para ter boas notas nos primeiros testes deste período lectivo. Exemplos desses bons resultados são o "Muito Bom" no teste de Ciências Naturais" e o "Bom" no teste de História.


Sabemos que o nosso Protagonista pode sair-se ainda melhor nos testes agendados para o mês de Março, por isso deixamos aqui uma recomendação:


- Ruben, mantém o teu esforço e empenho, não penses que estudar apenas um pouco é suficiente... Há que trabalhar bastante para se alcançar o máximo...


A Equipa do Futuro Pensado

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O "Protagonista da Semana" está de volta...


Depois de quinze dias de férias, os nossos alunos voltaram, na semana passada, à escola.
O regresso às aulas trouxe consigo o regresso do desafio lançado pelo Futuro Pensado em Novembro - o Protagonista da Semana (que também esteve de férias!!!).
Dado que o 2.º Período é, ainda, um "bebé" com apenas uma semana e dois dias de vida, desta vez, decidimos ter em conta o percurso feito e os resultados obtidos no 1.º Período para eleger o Protagonista da Semana.
Como tal, o primeiro protagonista de 2010 é o Miguel Loureiro, que, ao longo do período lectivo anterior, foi seguindo um percurso muito regular e consistente, do qual são reflexo as boas notas que teve.
Sonhando com um futuro profissional muito ambicioso, o Miguel conhece bem o longo caminho que ainda tem de percorrer para alcançar esse objectivo. E nunca desiste de lutar por esse sonho... Agarra-se ao estudo com a disciplina, o empenho e a concentração que o caracterizam e não se cansa de trabalhar!
PARABÉNS MIGUEL!
A Equipa do Futuro Pensado

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Pais Brilhantes, Professores Fascinantes...



Deixo aqui uma sugestão de leitura para todos os pais, professores e educadores que visitam o nosso blog e que, tal como nós, estão interessados e empenhados em educar e formar crianças e jovens felizes e inteligentes!

Autor: Augusto Cury
Título: Pais Brilhantes, Professores Fascinantes
Editora: Pergaminho
Ano: 2004

SINOPSE:
"Pais e professores lutam pelo mesmo sonho - o de tornar os seus filhos e alunos felizes, saudáveis e sábios - e cultivam os terrenos mais difíceis de serem trabalhados: os da inteligência e da emoção.
Esta é uma tarefa heróica, mas os ensinamentos desta obra não se destinam a heróis. Destinam-se a seres humanos falíveis (como todos somos) que sabem que educar é realizar a mais bela e complexa arte da inteligência; é acreditar na vida, mesmo nos momentos menos alegres; é ter esperança no futuro, mesmo que o presente nos desiluda. Destinam-se a todos aqueles educadores que sabem semear com sabedoria e colher com paciência.
Augusto Cury, psiquiatra e educador, partilha aqui com o leitor a sua paixão pela educação, colocando à disposição de pais, professores e qualquer pessoa interessada na riqueza do espírito humano as ferramentas necessárias para promover a formação de pensadores, educar a emoção, expandir os horizontes da inteligência e produzir qualidade de vida. Pois não é isso o melhor que temos a transmitir àqueles que educamos?"


Acredito que, depois de lerem este livro, vão certamente recomendá-lo a outros que, assim como vós, amam a educação!

Sara Patinha

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Desafios da 2ª década do Sec. XXI: um olhar crítico sobre o ensino em Portugal

Por curiosidade decidi pesquisar o significado do termo escola em Portugal e o mesmo em Inglaterra. Obtive os resultados que a seguir indico:

Uma escola ou colégio é qualquer estabelecimento ou instituição de educação. Surgiu da filosofia dos gregos antigos, onde eles se reuniam em praças públicas para praticar filosofia e trocar ideias. Uma escola é formada por diferentes pessoas, sendo o director aquele que dirige, o professor quem ensina e dá as aulas, e o aluno aprende e estuda os ensinamentos do professor.


A school (from Greek σχολή (scholē), originally meaning "leisure", and also "that in which leisure is employed", "school"), is an institution designed to allow and encourage students (or "pupils") to learn, under the supervision of teachers.


O 25 de Abril de 1974 foi o primeiro dia de liberdade após um regime decrépito que conduziu o país à pobreza cultural. Todas as ditaduras se alimentam de pessoas incultas, que não se questionam, que não criticam, que não são interventivas na sociedade. De um momento para o outro a população passou a ter acesso à escola, à liberdade de expressão, no entanto poucos foram aqueles que tiveram competências para o fazer.
Foi a partir dessa altura e, sobretudo, nos anos 80 que ocorreu a massificação do ensino. O número de alunos nas escolas aumentou de tal forma que não existiam professores suficientes, pelo que o acesso a esta classe profissional foi tudo menos selectivo. Iniciou-se assim a descredibilização de uma classe que durante o estado novo era considerada estruturante na sociedade.
Na década de 90 houve uma estabilização. A sociedade portuguesa transpirava esperança. A injecção de capitais da comunidade europeia, a expo 98, o crédito à habitação bonificado, o crédito para o automóvel. Nas escolas foi também um período de organização. Os professores profissionalizaram-se, readquiriram algum estatuto, em grande medida pela redução do número de faltas e pela discussão de estratégias pedagógicas para colmatar problemas, como o insucesso e abandono escolar. Acontece, porém, que também nesta altura começou a surgir um novo conceito de família. Crianças sedentárias e sós, com muitos recursos materiais e pouco tempo de atenção. Pais com remorsos e crianças/adolescentes manipuladores/abusadores das fraquezas dos seus educadores. Surgem no final da última década do último século os primeiros problemas de violência nas escolas, de desautorização dos professores, de desencantamento de alguns professores com a sua profissão.
A primeira década do Sec. XXI foi difícil a vários níveis. Escrevo-o de forma sentida, porque foi nela que entrei no mercado de trabalho. A minha geração foi considerada em 1995 (se não me falha a memória) como geração rasca, na altura devido às lutas em frente à Assembleia da Republica motivadas pelas provas globais no ensino secundário. Na verdade, a história veio a demonstrar que não se tratava de uma geração rasca, mas sim um país com uma política rasca que não soube/sabe aproveitar os valores individuais. Faço parte de uma das últimas gerações de professores que fizeram tudo para poder ensinar, muitos de nós pagámos para trabalhar (os custos associados à deslocação não eram cobertos pelo vencimento). Somos uma geração de professores que terminámos os cursos superiores com média de 16 ou superior, a maior parte de nós com formação pós-graduada de mestrado ou doutoramento. Mas somos também a geração mais maltratada pelo ME. Contratados há 10 anos, sem possibilidade de subir na carreira ou de contribuir de forma activa nos órgãos da escola.
Mas há uma nova geração de professores e esta vai por certo marcar esta nova década que agora se inicia. A saída repentina de milhares de professores das escolas fez com que neste momento voltem a aparecer professores sem profissionalização ou professores com médias de 11 e 12 nos seus cursos superiores. Professores que o são porque não conseguiram ser outra coisa, e eu só espero que a minha filha não tenha o infortúnio de ter um destes exemplares, que de professores têm muito pouco, no seu percurso escolar. Este ano houve alunos sem professor colocado até Novembro/Dezembro na região de Lisboa. Imagino o que se estará a passar no interior. Há professores que assinam contratos e que passadas 2 ou 3 semanas decidem que não é bem aquilo e aceitam contratos noutras escolas. Nada lhes acontece! Mas, por outro lado, nunca como hoje foi tão fácil diversificar as estratégias, temos computadores, temos quadros interactivos, temos a possibilidade de mostrar filmes do Youtube para exemplificar mecanismos, temos o Moodle, o Facebook, o mail,... Temos uma enorme bateria de ferramentas ao nosso dispor.

Mas sabem o que falta?
Falta paixão! Paixão pelo conhecimento. Para quem o ensina... Para quem o aprende!

Em vez de considerarmos a escola um espaço em que figura o director, o professor e em último o aluno que aprende (a passividade parece-me implícita na forma como se apresenta a afirmação), que seja um espaço que permita e encoraja os alunos a aprender. E que nós, professores, possamos ser a inspiração/motivação dessa aprendizagem.

E que, em última análise, os mestrandos suplantem o seu mestre. Quando isso acontece eu considero que fiz um bom trabalho!

São estes os meus votos para a escola da 2ª década do sec. XXI! Temo que seja uma realidade exclusiva da escola privada. Quem dera que o não fosse...

Paula Pousinha