David, o nobre

Em Janeiro de 2007, quando começámos a trabalhar “em parceria” a vida parecia não te correr bem.

Nos teus dez anos, interessavas-te por coisas que não despertavam a atenção a nenhum outro menino da tua idade: comboios antigos e desenhar com bastante rigor.

Contudo, na escola, os professores não te motivavam e o grande número de disciplinas deixava-te confuso. A desmotivação e a tristeza faziam parte do teu dia-a-dia, mas quando pegavas num papel e num lápis para desenhar, tudo mudava, a tua vida ficava de repente colorida e um sorriso rasgado acorria à tua face.

Aos poucos, a nossa parceria começou funcionar e os bons resultados foram surgindo. Apesar do teu esforço, no final do ano lectivo acabaste por ficar retido.

De início, encaraste a retenção como um fardo muito pesado por saberes que tinha sido injusta e por teres sido separado daqueles amigos com quem tinhas sempre estado. Mas o tempo tudo cura e a situação reverteu a teu favor.

Ao longo deste ano lectivo, tudo fizeste para seres sempre o melhor e para teres os melhores resultados. Nunca descuraste da organização do caderno, do estudo diário e dos trabalhos de casa.

À medida que os resultados iam surgindo, a tua motivação ia aumentando e tu ias percebendo do que realmente eras capaz. A “cereja no topo do bolo” chegou no dia em que disseste ”Tive Bom no teste de Português!”. De todas as disciplinas, aquela que sempre te deu mais problemas foi esta, pois tinhas desenvolvido uma forte “antipatia” para com os seus conteúdos. Naquele momento percebemos que essa barreira se tinha esvaído e que tinhas tudo para cresceres naquela disciplina.

Na sexta-feira passada fui à escola e, ao ver as tuas notas, entendi que a borboleta que me tinha sido entregue ainda dentro do casulo tinha ganho asas para levantar altos voos. Estou muito orgulhosa de ti! Parabéns!!

Acredita sempre nas tuas capacidades e no teu talento.

Se alguém ainda tiver dúvidas em relação ao teu talento, aqui fica uma prova dele.

Elsa