Já regressámos de férias!
Este fim de semana foi uma correria nos hipermercados. Eu não consigo deixar de passar nos corredores dos materiais escolares, aquele cheiro que preenche as minhas recordações de infância e adolescência. Talvez por gostar tanto do aroma que os livros novos libertam me tenha tornado professora.
Há uma preocupação latente em todos os pais, aquela que também eu, enquanto mãe, começo a ter. Acreditem pais, a escola dos nossos filhos é aquela que nós definirmos.
A ocupação das crianças de ensino básico no horário laboral dos pais, é hoje uma realidade nas escolas de todo o país.
No 1º CEB as crianças têm, não só as aulas, como também as actividades de Enriquecimento Curricular: Estudo Acompanhado, Expressões Plásticas, Música, Desporto e Inglês. Algumas escolas apostam numa oferta mais diversificada possibilitando às crianças terem Filosofia e Iniciação à Actividade Experimental.
No 2º e 3º CEB a ocupação deve-se à enorme carga horária contemplada pelos novos currículos devido à introdução de disciplinas como o Estudo Acompanhado, a Área projecto e a Formação Cívica.
Em teoria este é o sistema perfeito, no entanto são muitos os descontentes: professores, pais e alunos. As causas são várias, grande parte delas inerentes à complexidade do sistema e à desigual organização das famílias. As crianças chegam ao fim do dia exaustas e se as questionarmos sobre o que foi o seu dia rapidamente percebemos que a sua ocupação não foi proporcional ao que aprenderam/enriqueceram/divertiram. É caso para dizer que enriquecem o currículo, empobrecendo a aprendizagem. Tudo porque o Enriquecimento Curricular só o será se tiver por base 3 princípios fundamentais:
- Ser do interesse do aluno;
- Ser um serviço de qualidade e intimista;
- Ser administrado por quem tem prazer/conhecimento no que está a fazer.
Será este o rumo que queremos levar?
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