sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Todos diferentes, mas todos especiais



Durante esta semana, em conversa com um dos nossos alunos, ele disse-me que uma das suas professoras tinha feito questão de dizer que ele era diferente em frente a todos os alunos da turma. Apesar da sua pouca idade, ele sentiu-se constrangido com o que tinha acontecido e comunicou isso quer à família quer ao centro.

Para mim, todos os alunos são diferentes, não há um igual ao outro, mas é isso que os torna especiais. Cada um tem as suas capacidades e as suas competências, uns têm mais tendência para o português, outros para a matemática, outros para as ciências e outros para os trabalhos manuais.

A escola dos nossos dias deve, acima de tudo, tentar aproveitar e valorizar as aptidões de cada aluno e não sinalizá-lo como diferente só porque não obteve o resultado que se esperava ou porque não consegue estar atento durante noventa minutos.

Há que saber valorizar o que cada aluno tem de bom. O texto que se segue é especialmente dedicado a este nosso aluno, uma vez que, por muito diferentes que sejamos, há sempre algo em que somos realmente bons. Ele é-o em muitas áreas.


"Uma velha senhora chinesa possuía dois grandes vasos, cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela carregava às costas.

Um dos vasos era perfeito, mas o outro estava rachado. O primeiro estava sempre cheio de água ao fim da longa caminhada da torrente até casa, enquanto o que estava rachado chegava sempre meio vazio.

O vaso perfeito era muito orgulhoso, mas o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, pois só conseguia fazer metade daquilo que deveria fazer.

Depois de dois anos a reflectir sobre o seu defeito, o vaso rachado falou com a senhora durante o caminho:

-Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta fenda que eu tenho faz-me perder metade da água durante o caminho até casa...

A velhinha sorriu e disse-lhe:

-Reparaste nas lindas flores que existem do teu lado do caminho? Eu sempre soube do teu defeito e portanto plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado. Todos os dias, enquanto voltávamos para casa eras tu quem as regavas.

Duarante estes dois anos, pude apanhar aquelas belíssimas flores para enfeitar a mesa de minha casa. Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhas na minha casa."


Elsa

2 comentários:

Anónimo disse...

A professora não sabe o jeito que tu tens para qualquer desporto, o teu sentido de ajuda ao próximo, a tua capacidade de rir e fazer rir!
A professora não sabe a excelente família que tens. Se soubesse diria que tu és um menino diferente, como todos os outros são. Mas a tua diferença é porque és um menino feliz, com amigos e com uma família que gosta de ti, como «daqui até à lua e da lua até aqui!».

Anónimo disse...

A escola com tudo que de bom representa,também pode ser um factor de fracasso para as crianças impulsivas e com desatenção. Somos incapazes de as reconhecer, e diariamente as nossas críticas reforçam negativamente essas crianças.
Se juntarmos as críticas dos professores às dos pais e restante família, passando pelos treinadores, monitores, catequistas, e todos os adultos com quem as crianças criam laços ao longo da sua vida, poderemos parar para reflectir e perceber o tremendo esforço que farão para vencer na vida.
Cabe-nos a nós adultos ter a pressa de as reconhecer e perceber o quanto são aptas e que o seu caminho para se tornarem adultos felizes não é o mesmo percorrido pelos outros.
Enquanto os outros aceleram na estrada dos padrões educacionais, estas crianças demoram-se nos trilhos apreciando o caminho.
E por isso não se encaixam na "normalização" da sociedade.
É tão bom estar com elas e perceber que apesar das dificuldades que encontram são crianças tão alegres e afectuosas.

Mãe orgulhosa do Filho